quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Pra cada verso roubado eu tenho mais cem

Essa é a chamada “música do Ciro”. Porque foi ele que pensou no riff da guitarra dobrando com o baixo e foi ele quem pensou na estrutura da música também. Pois é, imaginem como ele deve ser orgulhoso disso! Não é a toa que ele afirma pra quem quiser ouvir que essa é a música predileta dele! E não é só ele que pensa assim: é bom lembrar que essa música foi a vencedora do prêmio Melhor Música Autoral do 3º Manifesto Rock Fest.

Parece que depois da proposta inicial do Ciro, tudo fluiu muito rápido. Mas não fiquem pensando que tudo é assim. Quando o Ciro pegou o violão pela primeira vez para mostrar o riff, os meninos tiveram certeza que sairia uma piada, mas nesse dia ele estava inspirado e nós já sabemos no que deu!

E, fofocas a parte, parece que o Ciro ficou tão ciumento com a música que foi duro para ele aceitar algumas modificações no refrão que ele tinha proposto! Mas isso não dá pra saber. Os únicos “achados” da época de feitura dessa música são algumas gravações iniciais que os meninos usavam para mostrar uns aos outros o que tinham imaginado e criado.

E é claro que houve mudanças. O Thiago fez o riff ter uma levada mais arrastada, daquelas usadas nos blues antigos, com mais swing e a velha batida “shuffle”. O tal do riff virou a base da música. A harmonia do refrão foi sendo criada e adaptada enquanto chegava a letra que o Caio criava. O Paulinho fez um linha de baixo inspirada pela música "Rock N Roll All Night" do KISS (dica do Thiago) e como ele adora a banda, ele tirou de letra a dica e logo passou a criar a introdução junto com o Thiago.

Quanto à letra, ela também é motivo de orgulho do Caio. Parece que nela há algo a mais para explorar. Claro, não é nenhuma novidade uma letra de um rock falar de aproveitar a vida ao máximo. Esse tema a gente pode encontrar até em outras das letras da 5Pt. Mas dessa vez, o clichê "eterno enquanto dura" saiu um pouco do sentido usual do relacionamento amoroso para ganhar um sentido mais amplo, em relação às "vidas" diferentes que teremos durante nossa existência. E se formos pensar um pouco nessa metáfora da vida, acho que não é arriscar muito em dizer que "voltar para o mar", no fim da música, usa um pouco da imagem da evolução das espécies (todos viemos do mar) para simbolizar que a vida é na verdade cíclica, e não um caminho de apenas começo-meio-fim. Espiritual e científico, heim?!

Mas se a música, além de todo esse furor e animação tem essa letra complexa e filosófica, porque quase nenhum show se inicia com ela? O vocalista também responde essa: “Eu tento evitar começar o show com ela pelo fato dela ter saltos grandes na melodia. Se ela fica do meio para o fim, a voz já está aquecida”... Bom, contanto que ela não saia da play list, os fãs agradecem!

Eterno:

Larga dessa cara amarrada e vem cá me dar um beijo
Estamos vivos e isso, baby, é o fim e o começo
Pra cada verso roubado eu tenho mais cem, mais mil
E o que se leva da vida é você, mais ninguém. Vem me esquentar quando estiver frio
Aproveita essa carne enquanto a gente ainda pode
O mundo acaba em um copo vazio e hoje eu mato mais uma dose
Usa tua boca pra me tatear, fala com a minha pele. Vem subverter o sentido primal
Usa tua roupa pra me provocar, a gente se diverte
Até que um dia voltemos pro mar (eterno enquanto dura)

Vira essa boca pra lá, não me fale de medo
Coloque a mão na ferida, baby, e assuma os seus erros
Pra cada rosa roubada me deram mais cem, mais mil
E quem paga com a vida é você, mais ninguém. Vem me esquentar quando estiver frio
Aproveita essa carne enquanto a gente ainda pode
O mundo acaba em um copo vazio e hoje eu mato mais uma dose
Usa tua boca pra me tatear, fala com a minha pele. Vem subverter o sentido primal
Usa tua roupa pra me provocar, a gente se diverte
Até que um dia voltemos pro mar (eterno enquanto dura)

(refrão) ie ie ie ie ie (refrão)



Beijos feitos de sons...